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LIVEUROPE FORA DE CONTEXTO #3
Se o vanguardismo da produção de Bobbie Johnson aproxima-a, por vezes, do chamado hip-hop abstrato, a sua matéria-prima lírica nunca se afasta muito da implacável concretude. Inevitavelmente um espelho da sua vivência no bairro suburbano de Preston, em Brighton, as suas rimas refletem a ansiedade de uma geração cujo futuro nunca pareceu tão incerto, trabalhada sob um prisma emocional, é certo, mas também marcadamente político – como na defesa intransigente de uma Europa unida e da inclusividade LGBT+.
A sua música, no entanto, desafia enquadramentos temporais e categorizações estilísticas fechadas, incorporando sugestões do boom bap, do jazz rap e, principalmente, dos subgéneros com que cresceu: o garage, o grime ou o glitch. Não se fechar em nenhuma única gaveta é, afinal, a sua maior conquista.
_ Texto por Pedro Miranda / Fotografias e entrevista por Ana Viotti
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Sob a premissa de um continente europeu sem fronteiras, o Liveurope vem unir o Musicbox a vinte outras salas europeias, de Oslo a Barcelona à Tessalónica, no propósito comum de promover os EENNA (Emerging European Non-National Artists), músicos europeus estreantes vindos de países diferentes dos das salas que os acolhem, criando uma rede pan-europeia de difusão das novas frequências continentais. Ainda que a pandemia tenha interrompido a atividade destas salas, o Musicbox não quis que o distanciamento social causasse um curto-circuito a esta conexão entre artistas e público. Colmata-o, agora, com este catálogo de promessas da música europeia que deveriam ter passado pelo seu palco, e têm a vinda adiada ao regresso à normalidade.
ARTISTAS
ENGLISH VERSION
If Bobbie Johnson’s avant-garde music production might bring her closer to the so-called abstract hip-hop, her lyrical stock is never far from the relentless concreteness. Inevitably a mirror to her own life experience in suburban Preston, Brighton, her rhymes reflect a generation’s anxiety whose future never felt so uncertain. It is true that she works them from an emotional lens, but also from a political one – like when she so rigidly defends a united Europe and LGBT+ inclusiviness.
Nevertheless, her music challenges any time frame or closed stylistic tags, incorporating suggestions from boom-bap, jazz rap, and mainly from the subgenres she grew up with: garage, grime or glitch. To not fit in any box is, after all, her biggest achievement.
_ Words by Pedro Miranda / Photos and interview by Ana Viotti
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Under the premise of a European continent without borders, Liveurope brings together Musicbox and other twenty European music venues from Oslo to Barcelona to Thessaloniki with the common purpose of promoting EENNAs (Emerging European Non-National Artists), European musicians who are just starting and come from different countries than those of the venues receiving them, creating a pan-European network that diffuses the new continental frequencies. And even though the pandemic has interrupted the venues’ work, Musicbox didn’t want social distancing causing a shorting in this connection between artists and audiences. It tackles it, right now, with this catalog of the European music promises that should have played on its stage and saw their coming postponed to when life gets back to normal.