concerto
CORTADA + YUNG XALANA + 800 GONDOMAR
Quinta 19 Set 22h00

CORTADA – Cortada é jarda e surpresa. Jarda, no sentido mais velocista e musculado do termo, música bruta e sem tempo a perder, derivação indie do punk-hardcore de uns Black Flag; bastardos dos Big Black, Rapeman, The Jesus Lizard e restantes pigfuckers (RIP Steve Albini), os instrumentos afiados como serras, a voz desafiante e gutural. Mas também uma jarda janada, a guitarra a soltar vapores psicadélicos, a secção rítmica a soar anfetaminada, misto de soltura e vigor. E surpresa porque, porra, não esperávamos isto deles. Nada do que tínhamos ouvido a Pedro Pimenta Almeida nos Hércules ou nas produções electrónicas que assina como Dusmond fazia supor que o homem tivesse nascido para ser vocalista de uma banda de hardcore. E o mesmo aplica-se ao trabalho do baterista Bernardo Pereira com Mordo Mia ou Trovador Falcão; até aos ex-Aerogasmo Lourenço Abecasis que gravou o primeiro disco a solo de Magz e ao vivo é o seu braço direito e Daniel Fonseca que acompanhou Vaiapraia durante uns anos, apesar do trabalho feito com MEIA/FÉ nos últimos tempos. Surpresa, também, por no primeiro mini-EP, acabado de editar, parecer que passaram a vida toda a fazer este glorioso chinfrim e mais nada. Produzido por Miguel Abras e Leonardo Bindilatti, metade de Putas Bêbadas e peças fundamentais da Cafetra Records, que cedeu o estúdio, tem só três faixas e dura pouco mais de sete minutos. Mas, como uma boa foda, não precisa de durar mais. Bate onde e como tem de bater, sem perder a tesão nem abrandar o ritmo. No final, fica toda a gente satisfeita. A ansiar pela segunda ronda. -Luís Calado

YUNG XALANA – ja dizia o outro, é só canções. é cuspo no prato. não tem nada que saber. mão de obra gratuita, só custa o coração. palavras arrumadas e mão fechada de antemão. cair do pedestal. afundar no abismo do absurdo da contemporaneidade do sujeito do colectivo que foi incutido desde o dente de leite. ali ao fundo, isso é símbolo ou praga? e aqui ao perto, isto é fixe ou é nada? mais vale dor de dente que calafrio na barriga. quem sou eu que sou tu que não sou eu. deixar cair o véu que encobre o encoberto. nada somos, somos ninguém, somos engano. evaporar. transfigurar. tornar-me-se-nos. desbravar caminho. fazer calos nos dedos. mais vale sem deus do que sem dentes. nada importa, tudo interessa. agora, não depois. que depois já não é agora. ansiedade, cobardia à paisana. mais vale sem dentes do que sem deus. aprender é só para os que já sabem. dedos refletores. a vida é bue de cenas. ta tudo bem. ou não está. nem vai estar. a paz protege os audazes, e nós nada sabemos fazer.

800 GONDOMAR – Os 800 GONDOMAR são frequentemente entendidos como uma das mais fortes performances ao vivo na música portuguesa, com a sua característica mistura de rock de garagem distorcido e barulhento, sempre prontos para tomar de assalto qualquer palco ou plateia que encontrem. O LP de estreia – Linhas de Baixo –,elevou-os a uma posição de destaque no rock alternativo português, com mais de cem performances por todo o país e uma digressão europeia de seis semanas. Como pontos-altos incluem-se concertos em horário nobre em festivais como o NOS Alive(Lisboa, PT) e a partilha de palco com bandas como Thee oh Sees, The Black Lips e Fat White Family, entre mais. As reviews aos seus espectáculos são electrizantes e unânimes.

clubbing
AMÍLCAR VIVE - 100 ANOS DE AMÍLCAR CABRAL: DJ DORAEMON + DJ STÁ
Quinta 19 Set 0-1h00

AFRO BEAT, AMAPIANO, KUDURO, TARRAXO

DJ Doraemon é o nome artístico de Ivan Lima, DJ e produtor a viver no Miratejo, nos subúrbios de Lisboa. Ao crescer na periferia da capital portuguesa, as omnipresentes batidas do afrohouse, kuduro ou tarraxo inspiraram o jovem DJ Doraemon, que aos 10 anos de idade começou a experimentar com software de produção musical após ver um amigo a brincar com o Fruity Loops. Desde então que não parou, e apesar da tenra idade, DJ Doraemon já foi responsável por um um impressionante número de lançamentos, incluindo vários singles, EPs e dois álbum, espalhados por várias plataformas digitais e editoras internacionais como a Basy Tropikalne, Enchufada ,CusCus Discos e Eletrocaine.

Deejay Stá, de nome próprio Teresa Fernandes, é uma deejay feminina nascida e criada em Beja, Alentejo. Desde criança que existe a paixão pela música, e tudo levou a encontrar o seu dom na arte do djing em 2011 em pequenos bares da aldeia e festas de aniversário.

Entrou no mercado noturno com uma identidade feminina muito própria, tendo como referências de inspiração artistas internacionais como Uncle Waffles, Dbn Gogo e Shimza, o que se reflecte e a faz destacar pelos os sets ecléticos fundindo o estilo musical amapiano e afrohouse que a tem feito percorrer em diferentes clubs noturnos de renome por Portugal e Europa fora, e fazendo-a ingressar nos maiores festivais como o Festival Iminente, NOS Alive em Lisboa, Summer Opening na Madeira, entre outros. Curiosamente a Deejay Stá foi a primeira artista feminina a fazer uma performance num dos maiores festivais de afrohouse da Europa, o Tribute de Afro House, ocorrido em Lisboa.

De momento junta também os seus movimentos de dança característicos de Amapiano para envolver o seu público, provando que o seu djing feminino e a música são sem fronteiras, sem géneros e sobretudo sem barreiras.