A Musicbox faz 16 anos em Dezembro e a festa vai durar 4 dias. A coincidência é bonita: ao todo, são também 16 artistas e coletivos que celebram este aniversário conosco.
Se nos perguntares por memórias, responderemos que ainda há muitas por escrever. É redondo, mas em 16 anos cabe tanto (de tudo, de todes) que não saberíamos por onde começar. Talvez por aqui: ninguém esquece a altura em que tinha 16 anos e nós não queremos que esqueçam os nossos. Façam parte deles. Como sempre, como nunca. Os bilhetes para o nosso aniversário estão disponíveis aqui.
DIA 7 DEZEMBRO – 21H00 CONCERTO
Esta sessão tem entrada livre, limitada à lotação da sala.
HETTA
Hetta não têm tempo a perder, por isso só pedem 13 minutos da nossa atenção. O EP de estreia do quarteto do Montijo, ‘Headlights’, é prova de resistência: é impossível ir de Sugar Glass a Prizefighter sem perder o fôlego a correr atrás da bateria nervosa, das guitarras afiadas, dos gritos fartos, do caos. No fim, agarrados aos joelhos, a tentar recuperar o ar, já não há volta a dar: queremos mais e mais, como se acabássemos presos no loop da última canção do EP – IWANTYOUIWANTYOUIWANTYOU. O futuro da screamo não podia estar em melhores mãos.
LEEXO
Leexo é uma mistura de auto-tune e computer music com pop emo reggaeton . Leexo Leesho, o seu primeiro EP, é um tratado emo sobre ser tóxica, negar-se à possibilidade de ser vegetariana e sobre o que todos queremos no fim de contas: não estar sozinhos. Hashtag sadmusic
IOLANDA
Não sabemos se é o timbre singular, os vibratos hipnotizantes, o tom sedutor, se é a produção de R&B que é tanto moderna quanto tradicional, mas Iolanda acerta sempre à primeira. Vejamos: em Junho, entrega o coração numa bandeja e apresenta-se com Cura. Foi imediato – estávamos perante a canção do verão de 2022. Em setembro, dá-nos Lugar Certo, hino certeiro para um coração partido ou prestes a partir-se. A amostra podia não ser suficiente para tirar conclusões, mas as colaborações com AVALANCHE continuam a comprovar a tese de partida: Iolanda acerta sempre à primeira. Afinal ainda se encontram amores destes.
COOKIE JANE
Cookie Jane está a impor uma nova escala. Sem pedir licença, a rapper da Linha de Sintra ganhou tração com Trudumtumtum, cartão de visita envolto em drill. A rima decidida não deixa margem para dúvidas: estamos perante realeza. A auto-intitulada da Rainha do Drill não está só a fazer caminho – está mesmo na frente da corrida.
DIA 7 DEZEMBRO – 00H00 CLUBBING
DEEKAPZ
Paulo e Matheus conheceram-se num b2b improvisado em 2014. O início desta história já diz tudo: desde o começo que é através da partilha dos decks que Deekpaz acontece. Começaram no trapfunk, mas rapidamente avançaram para a dianteira de uma nova sonoridade. Adicionaram mais groove, uns beats mais limpos e uma atmosfera mais clean e envolvente ao Baile, e chamaram-lhe Chill Baile. Ficou. O epíteto albergou a música de uma geração de produtores de SoundCloud contemporânea de Deekapz e levou-os do Brasil para o resto do mundo. Na pista, diz-se que enquanto Deekapz estão na cabine, ninguém arreda pé da pista. Diz-se que os seus sets são uma experiência única, que só estando lá. Pois bem.
TRAFULHA
Trafulha é uma artista luso-brasileira, de origem nortenha, porém reside em Lisboa atualmente. Começando o seu percurso enquanto beatmaker na sua adolescência, foi divulgando instrumentais soltos durante alguns anos no seu SoundCloud. Desde 2020 que publicou três projetos de maior duração, abraçando o boombap para sonoridades cinemáticas. Agora em 2022, começou a experimentar novos ritmos produzindo instrumentais e fazendo sets com inspirações de baile funk.
LOVE IN THE ENDZ
Daviaa e Blue Canariñho têm uma missão: dar a conhecer. Fazem-no através do seu programa de rádio e das festas que organizam mensalmente em Londres, através das compilações que editam e das estreias na pista de dança que possibilitam. Daviaa e Blue Canariñho são Love In Endz, uma dupla que surge pelo amor à música e vive pelo amor à música. Com eles, vem Loelash, saxofonista e pianista.
DIA 8 DEZEMBRO – 22H00 CONCERTO
SOPA DE PEDRA
Não é preciso ir a Almeirim. Esta Sopa de Pedra é um exercício de investigação e arquivo de um grupo musical de 10 mulheres, em que a tese é exposta pela sua voz. O nosso legado tradicional tem um repertório imenso, que é aqui trazido para o nosso contexto actual. A lista é interminável: desde cânticos mirandeses de Trás-os-Montes, baladas açorianas, cantigas de adufeiras da Beira Baixa ao Cante alentejano; a repertório de Zeca Afonso, Amélia Muge, João Lóio, Almanaque e GAC. Em Junho deste ano lançaram o seu segundo álbum “Do claro ao Breu” que, com o poder da voz e pouco mais, tem demonstrado que as cores do passado também são aquarela do futuro.
DIA 8 DEZEMBRO – 00H00 CLUBBING
MEIBI + DIANA OLIVEIRA
A pulsação do 4 por 4 vive. A vingança do disco expandiu-se e originou um infinito número de variantes que contaminaram a música, a dança agora é outra. Nesta noite de aniversário celebraremos ao som de Meibi e Diana Oliveira, nomes familiares para qualquer habitué de festas underground que se desenvolveram até outro nível. A solidez leva os discos a voar até aos campos mais etéreos, sem nunca perder a ligação íntima com os seus públicos. Do Acid puro à pura melodia, dançaremos algures entre o quarto 303 e o quarto 909.
DIA 9 DEZEMBRO – 22H00 CONCERTO – ESGOTADO
CAPITÃO FAUSTO
Antes mesmo de “Gazela” já tinham tocado por aqui. A Chifre, editora que (infelizmente) já encerrou actividade, apresentou-se ao mundo aqui mesmo, na Musicbox. Foi por lá que saiu o primeiro trabalho de Capitão Fausto. A energética banda de Tomás, Salvador, Francisco, Manuel e Domingos já chamava a atenção dos mais atentos. Em 2011 tocaram na apresentação da Chifre e em 2012 abriram para os TV Rural. É em 2014, com o segundo álbum “Pesar o Sol” que encabeçam finalmente uma noite na nossa sala, numa sessão recheada de mosh e crowdsurfing. O disco confirmou-os, e no ano seguinte marcaram o seu lugar no Natal da Musicbox com o Bailado Natalício, onde se ouviram algumas novas músicas de um disco novo. Esse disco mudou tudo. Nesse ano partilharam o nosso palco com José Cid, assinaram a Festa Moderna, também por cá, e lançaram o já clássico “Capitão Fausto Têm os Dias Contados”. Em 2017, tocaram por cá para o MIL, e a partir de 2018 decimos torná-los os anfitriões permanentes do nosso Natal. Eles sempre foram da casa, desde o começo, é bom tê-los cá mais uma vez.
DIA 9 DEZEMBRO – 00H00 CLUBBING
KO SHIN MOON + CHIMA HIRO
É um encontro entre as mais profundas paisagens sonoras da Índia e o frio dos sintetizadores analógicos. Ecletismo, cosmopolitismo e hibridismo fundem-se para criar o som de Ko Shin Moon. Uma experiência trascendental até ao centro da pista de dança, onde a cítara torna-se elétrica, e tudo o resto parece possível. Uma noite de aniversário, e já são 16, em que estas paisagens são acompanhadas pela mestria de Chima Hiro, cinturão negro da Black Music, DJ dos DJs, e uma garantia vitalícia de uma noite perfeita.
DIA 10 DEZEMBRO – 21H30 CONCERTO
EXTRAZEN + IVAN$ITO
EXTRAZEN
É difícil escapar à pop de quarto cruzada com R&B e trap de Extrazen. Por outras palavras: Extrazen é um mood. O produtor e compositor de Santo Tirso domina a mestria de fazer pop melosa e R&B gostosa. Em todos os momentos, a batida cai certeira, o baixo segue determinado e, sem dares por ela, estás a bater o pé e a abanar a cabeça. Não vale a pena mostrar resistência.
Depois de uma mão cheia de singles lançados, entre eles CLEOPATRA e Pinewood St., em setembro Extrazen lançou I THINK I THINK TOO MUCH, o seu primeiro EP. A apresentação do trabalho em Lisboa é nos 16 anos do Musicbox.
Primeira parte: IVAN$ITO
IVAN$ITO tem um antes e depois de Bad Bunny. Antes – filho de chilenos, cresceu na Dinamarca e foi na Escandinávia que começou corajosamente a fazer reggaeton, ainda nos idos de 2015. A adesão não foi muita, então abraçou as sonoridades mais pop e acústicas. Depois – ouve Soy Peor de Bad Bunny e compreende por fim tudo aquilo que pode ser, tudo aquilo que cabe no reggaeton. O tratado está assinado no seu primeiro álbum Everything is Reggaeton. Resumindo, estamos perante a nova estrela do reggaeton da Escandinávia.
DIA 10 DEZEMBRO – 00H00 CONCERTO
Eles deixam-nos uma frase misteriosa para definir esta noite: “Nada é: tudo está a ser, e tudo portanto pode ser tudo” Continuaremos a ser, para podermos ser tudo.