Sábado, 27 Novembro
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Terzi: O equilíbrio e a euforia do beat matching, que é a soma de dois momentos e de duas fisicalidades, definem a linha de baixo harmoniosa e delirante onde o Gonçalo, o Terzi, habita e nos recebe. E ficamos com ele, seduzidos e tranquilos. E felizes. Porque, se uma das primeiras palavras ditas num ensaio da definição de música é, felicidade, terá também de ser a primeira para o definir como DJ, programador e agitador de ferramentas atentas e generosas com que, desde 2010, vive e trabalha um circuito ascendente e luminoso. Aos 19 anos, ou um pouco antes, o arrebatamento da curiosidade materializa-se nos primeiros discos que ligam pontos entre as zonas quentes de Chicago, Detroit e do UK, formando a terra firme que avança pela cosmologia Holandesa e pelo toque Francês na alma. Esta colisão e simetria de influências determinam as escolhas, os sets e o sentimento gregário que o leva, em 2012, juntamente com o Smuggla e com o Lieben à fundação da Extended Records, a editora que é uma singularidade no inventário das labels portuguesas com um catálogo coeso e sólido de mais de 4 anos feito do melhor house e techno português continuamente elevando o talento veterano de Mind Safari, Vil e Zentex e o onirismo de Bababa, Emauz, Lieben e Savant Fair. Condensando a timeline: primeiros all night sets e residência no Espaço Quatorze em Braga como ponto de iniciação e instrução seguindo para a formalização da sua presença nos sítios exatos e certos como o Gare no Porto, o Lux, o festival Neopop, na melhor mais pequena pista de todo o sempre, a do Passos Manuel no Porto, n a liberdade de entrar no broken beat e deslizar pelo ácido mais carinhoso e reverberante nas longas noites da saudosa cave do Au Lait, n o house cristalino n o piso térreo do Au Lait, n a explosão da robustez nas Trip Vision e nas noites de partilha no Lounge com um dos nossos mais amados: - Pedro Beça. E é no Porto, em 2015, ao lado da intuição e sensibilidade raras da Joana Martins que cria as festas da Segmenta. Verdadeiro corte na realidade monocromática com a Segmenta, vive e agarra um caleidoscópio de convidados numa programação de sentimentos de retribuição e amor materializados nas noites passadas com Bell Towers, Mor Elian, Niagara, GAM, PLO Man,Toulouse Low Trax, Solution, Bufiman, Low Jack, na partilha da intimidade da booth com Interstellar Funk e DJ Fett Burger e na viagem lado a lado com Suzanne Kraft ao Lux.
Conhecido João: Está mais do que provado que entusiasmo é coisa que não falta aos membros da família Extended. Está-lhes nos genes, ei sso é evidente em tudo o que fazem. Este é o universo do Conhecido João, é aqui que ele se move e é disto que ele é feito, mas separa melhor o entendermos tivéssemos de isolar apenas uma das suas dezenas de qualidades, facilmente chegaríamos a uma palavra: generosidade. Quem o conhece sabe do que falo, quem não conhece: vistam-se, calcem-se e ponham-se a caminho de onde ele estiver a tocar, porque a sua vontade de nos ter lá com ele é demasiado contagiante para se recusar. A avidez com que nos oferece música só é comparável à avidez com que a procura, com aquela atitude de quem só vai descansar quando ouvir toda-e quando digo toda, digo mesmo toda -a música do mundo. Dali vem luz, mas também escuridão, tal é a amplitude dos seus sets.E chegada a hora de ir para casa, apercebemo-nos que não foi só prazer, e que houve aqui mais qualquer coisa: elevou-nos. Música que acrescenta. Apesar de não ser novato nenhum, estamos ainda a acompanhar a primeira fase de uma careira que já se prevê para lá de enorme. E ninguém no seu perfeito juízo vai querer desviar o olhar do trajecto desse astro chamado Conhecido João (tcpSmuggla), até porque vai saber tão bem ao ego dizer na rede social do futuro que, daqui a uns dez, vinte, trinta anos, estivemos lá quando este gajo começou. (Texto por RicardoVarela)
Diogo: seria um péssimo pseudónimo caso estivesse à procura de se esconder por detrás de um nome, mas não. Nascido em junho de 1988, Diogo Vasconcelos começou por estudar arquitetura, mas desde sempre soube que era na música que facilmente conseguia aliar o conforto ao prazer. As suas primeiras incursões no mundo do DJing deram-se em 2011até se juntar em 2016 à equipa da Extended Records. Cresceu a ouvir música negra (jazz, soul, funk e afrobeat) e brasileira, coisa que ainda hoje marca esporadicamente os seus sets, mas foi na música mais directa e para a pista que encontrou o calor e a individualidade que procurava. Se há duas coisas que possam caracterizar Diogo como Dj é uma enorme curiosidade musical, quer pela novidade quer pelo conhecimento da história, e uma vontade de manter a mistura ancorada aos seus elementos base, os discos. Tendo viajado do Electro ao Techno e com várias incursões pelo Disco e Breakbeat, é entre o Acid House e a Bass Music que encontra sua casa. Os seus sets são normalmente, marcados por breaks, batidas quebradas e muita energia em tom celebratório. Em 2019 começou a editar música em nome próprio em editoras como a Rave Tuga e a Infinita e assina também algumas remisturas. Dezembro de 2019 é marcado pela edição física de “Roçadas” o EP que produziu em colaboração com Moreno Ácido, que teve uma edição limitada a 300 cópias pela Holuzam. 2021 foi um ano cheio para Diogo, editando o seu primeiro EP na Extended Records, Ruff Trax, várias remisturas e uma tape, Sempre Para Diante, com edição limitada pela Rave Tuga. No final, estilos à parte, o que importa é a pista e o que ela pede, e isso traduz-se em sets despretensiosos com o puro objectivo de divertir e despoletar em todos uma contagiosa a vontade de dançar. Diogo é também o fundador e actual Director da revista única revista portuguesa impressa, sobre de música electrónica e club culture nacional, a PISTA!
Lieben: Extravasa a matéria, extravasa tanto que de matéria resta pouco. É o alter-ego dominante de Sebastião Pinto quando este não está no escritório administrativo da Extended Records ou no estúdio agarrado às máquinas como Pagão, ou ainda como metade da Meia de Leite. De Estremoz para a capital, ainda não tinha alcançado a maioridade e já partilhava as cabines com os até então miúdos Gonçalo Neto (tcp Terzi) e João Frederico (tcp Smuggla) quando o electro ainda jubilava na cidade. E com esses dois miúdos, após algumas experiências ingénuas, fundou a editora Extended Records em 2011. O que começou por ser um colectivo rapidamente se tornou numa incubadora para os talentos emergentes nacionais. Progressivamente deixou de lado os discos, dedicando-se à gestão da editora e à contínua produção de paisagens e locais desconhecidos para o mesmo. Descobriu-se nesse intervalo, no desfasamento entre a música que procurava e a sonoridade que encontrava, entre o psicadelismo analógico e as oportunidades digitais, e lá construíu o seu abrigo. O abrigo virou castelo e o destemido apresenta-se agora com um live assentado em toadas ácidas. Mas se o ácido é o manequim principal na montra, nem só disso se trata na loja de Lieben. As melodias étereas, as batidas em contra-tempo balançando entre o trip-hop e por vezes o jungle, o suor do house que escorre nos pratos secos e metódicos, e os leads que teimam em não sair da cabeça. Enfim um live que nos transporta ao abrigo do ainda jovem artista mas onde a mobília respira luta, revolta e os anos de descoberta adolescente sem rótulos, sem merdas, cravados nas paredes. Tal como o resto dos mortais resume-se a um “como”, e não a um “quê”. Ele vai para onde quer, quando quer e da maneira que quer ir, castiga os maus públicos e recompensa os bons; Se não ha nada certo nesta vida, há Lieben…e eventualmente o paraíso. Eclético e explosivo.
É obrigatória a apresentação de um certificado de vacinação ou teste negativo à COVID-19 (PCR realizado nas últimas 72h ou antigénio nas últimas 48h). Não são admitidos autotestes.  
Com 2 senhas de bebida

10€

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