Sexta, 17 Maio
22h30
Por esta altura, tornou-se natural assumir de que a água de Barcelos tem qualquer coisa de especial. O que será, não saberemos ao certo, mas o que tem feito pelo rock deste país é um feito admirável. Os Solar Corona nasceram desse borbulhar criativo de uma cidade que mostra como se escreve rock com linha tortas. Como deve ser. Formados em 2013, em 2016 chegaram a um consenso à formação e assentaram em quarteto, com Rodrigo Carvalho (guitarra / sintetizadores), Peter Carvalho (bateria), José Roberto Gomes (baixo) e Julius Gabriel (saxofone / sintetizadores). Após a edição de três EPs entre 2013 e 2016, os Solar Corona chegaram a “Lightning One”, o primeiro longa-duração, fruto de anos de labor à procura do som que triunfasse nesta formação. O suor da conquista faz-se logo sentir. “Love Is Calling” abre as hostilidades para um álbum que convive com o renascimento de algumas correntes do rock e absorve o conhecimento de alguns caminhos cósmicos paralelos ao rock progressivo das décadas de 1970 e 1980. Com algum romantismo,“Love Is Calling” vai-se transformando de falsa balada doom metal para um hard rock carregado de maquilhagem que irá servir os tons de “Lightning One”. Numa só canção, os Solar Corona vestem e despem as roupas de stoner rockers e viabilizam uma autoestrada para o inferno de rock acelerado, cheio de desejos hipnóticos e com toda a razão para se querer muito pop e desejado: como é o caso de “Rebound”, entra de rompante nos ouvidos e escorre como mel numa odisseia que comprime em seis minutos histórias que o rock, noutras décadas, demorava muito mais tempo a contar. Uma galopada progressiva, um crescendo êxtase de hipnose sonora que subitamente desce à terra para fazer valer uma nova subida. “Rebound” cai para se renovar, suave primeiro, depois com o vigor de um saxofone que oferece um tremendo renascimento da canção, uma nova luz, vida, que mostra o instrumento como uma das características mais feéricas deste “Lightning One”: o elemento que tanto abala como embala o rock dos Solar Corona. Fruto do século XXI, os Solar Corona aprenderam a chamar a atenção no primeiro segundo e prolongar essa sensação de constante alerta durante todo o discurso: uma keynote do Steve Jobs em constante rejubilação eléctrica e luxúria cósmica. “Lightning One” é uma viagem no topo, com as coordenadas certas na mistura, a cargo de José Arantes, masterizado por Chris Hardman e artwork de Serafim Mendes, que transcreve numa imagem a imensidão de estradas psicadélico-trópicas que se fundem nos Solar Corona.
SAVAGE OHMS (concerto de abertura) Quatro ninfas, quatro ventos, Improviso dos tempos Sob nuvens de alabastro Sem vela e sem mastro À bolina de alentos Num mar de nipónica seda. Caos e queda, queda e caos. Quatro ninfas, quatro ventos Índigo, púrpura, escarlate ou lilás. O que subjaz do ímpeto feminino Nas águas de um nome.
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