Sexta, 11 Janeiro
22h30
Com percurso firmado como actriz, o mais recente trilho criativo de Sara Ribeiro conduziu-a à música, sob a pele de A Negra. Este projecto é o resumo da sua longa jornada enquanto intérprete e marca um novo caminho que cruza os seus vários mundos artísticos. A sua diversidade estilística, performativa e vocal é avessa a rótulos, permite-nos, no entanto, colocá-la algures entre a spoken work e a soul, entre o hip hop e o acid, entre a balada e o protesto... A Negra faz-se acompanhar de Hugo Novo (GNR, Loopless…), na composição e arranjos, teclados e sintetizadores, que se entrelaçam num groove envolvente e a bateria de Márcio Pinto (Terrakota, Olivetreedance...) que marca ritmos distantes, do r&b norte-americano às sonoridades tribais africanas e de todo o mundo que os aparta. A instrumentação e sua voz densa e carregada marcam a pulsação dos textos, fruto das personagens femininas e outras, que compõem o imaginário da artista e das inquietações que a assolam. Destaca-se a força da palavra ou as fortes emoções e mensagens que compõem os enredos que A Negra narra. Sejam eles reflexões sobre o mundo, sobre o que os outros nos convocam, sobre os fantasmas que nos habitam, ou protestos com qualquer um daqueles. O mundo d’A Negra é tão pungente e visceral, quanto fantasioso e delicado.

X