Sábado, 3 Novembro
22h30
Dois marinheiros à deriva com uma geração de diferença entre si. Medeiros canta estórias com o sal do mar açoriano na voz. Lucas traz a irreverência em forma de guitarras ásperas e ambientes electrónicos. Canções que se ancoram na palavra escrita. A música tradicional na sua matriz que ganha asas e espraia-se entre os territórios do jazz, da electrónica e o do rock. MEDEIROS/LUCAS é um encontro geracional possível apenas graças ao sabor das marés, que encurtaram espaços e tempos entre os açorianos Carlos Medeiros e Pedro Lucas. Nomes experimentados na tradição do cantar e do escrever música em português, com o projecto em nome próprio e com o embrionário O Experimentar Na M'Incomoda, trabalharam, ao longo de anos, diferentes aspectos das suas expressões. Entre a musicalidade da palavra ao fraseados de cada som, encontraram nesta coordenada comum novos caminhos para se fazer música portuguesa e novos contextos para a herança, acrescentando-lhe o cancioneiro culturalmente partilhado na lusofonia. Desde o início de MEDEIROS/LUCAS, em 2015, a dupla editou dois discos e extravasou a sua condição para o formato de banda, tendo colaborado com nomes tão essenciais quanto Carlos Barretto, Selma Uamusse, Filho da Mãe e Tó Trips. Das viagens marítimas do primeiro disco, Mar Aberto (2015), à fisicalidade de Terra do Corpo (2016) ambos com o selo da Lovers&Lollypops, passaram-se três anos de concertos, colaborações e uma estrada que acabaria por depurar a linguagem da banda e apresentá-la, quase de forma natural, a um universo de maior simplicidade. É neste espaço conquistado que aparece este Sol de Março (2018), o longa duração com responsabilidade de encerrar a trilogia (com selo da mesma editora), construído com as palavras de João Pedro Porto, e as colaborações dos, já próximos, Augusto Macedo (baixo), Ian Carlo Mendoza (bateria) e Rui Souza (teclas). O seu percurso ficou marcado por paragens em alguns dos palcos mais proeminentes do circuito alternativo português, em diversos contextos, com destaque para os festivais FMM Sines, Vodafone Mexefest, Milhões de Festa ou TREMOR e para os incontornáveis Theatro Circo de Braga, Musicbox (Lisboa), Casa da Música (Porto). Internacionalmente tocaram no Rudolstadt-Festival em 2017.

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